sábado, 28 de novembro de 2009

Preservar a nossa Floresta



viveiro de druida



A floresta Lusa



A floresta, seja qual for a sua origem, representa uma das obras mais belas da criação da Natureza e constitui uma das maiores riquezas que vimos encontrar sobre a terra de Portugal, quer sobre a influência que exerce sobre o solo, clima e vida animal, quer pelos produtos que podem ser extraídos quando explorada.



árvores de um viveiro prontas a serem plantadas numa floresta


Para a protecção da Natureza são exactamente essas influências que mais lhe interessam, dado grande benefício que representam para a vida dos povos, e por isso é a ela que me vou referir em especial. E também não é indiferente à Protecção da Natureza todo o encanto que a floresta encerra, tanto pela maneira como está organizada a vida das plantas e animais que constituem, como pelo embelezamento da paisagem onde ela exista.
O valor dessas influências pode variar com o tipo de floresta e local onde esta se encontre; é em geral maior nas florestas virgens e em menor nas florestas espontâneas e artificiais, em exploração, embora neste último caso dependa da orientação técnica seguida.
Para fazermos uma pequena ideia da maneira como a floresta exerce essas influências benéficas no solo, no clima e na vida animal, vamos ver algumas mini florestas raras no nosso país, com alguma alteração do Homem, porém ainda podemos observar o estado selvagem.
A primeira coisa que se nota é a arrumação das plantas que a constituem em camadas distintas; por cima, árvores mais altas, depois outras de altura e idades diferentes, a confundirem-se, a certa altura, com os arbustos e, mais abaixo, com as próprias ervas, Junto ao chão, além destas últimas, os musgos e os cogumelos, misturados com uma espessa camada de folhas e detritos secos, mais ou menos apodrecidos, que o cobrem.
E além destas plantas, vivendo livremente com raízes na terra, ainda encontramos muitas outras, principalmente musgos e líquenes, agarrados aos troncos das árvores e dos arbustos.
A influência da floresta no solo, no clima e na vida animal, é uma consequência da presença de todos os vegetais vivendo em comum, arrumados no conjunto segundo regras estabelecidas pela Natureza, de modo a dar a cada planta as melhores condições de vida, de acordo com as suas exigências, e ainda da presença dessa camada de folhas secas, detritos e restos de troncos apodrecidos, que se acumulam sobre o terreno, a que se dá o nome de manta morta.
Compreende-se perfeitamente assim que essa influência possa variar da floresta espontânea para a floresta artificial, mais pobre como se apresenta em geral esta última, quer quanto à variedade e número de plantas que formam, quer quanto à arrumação destas, quer ainda quanto à riqueza da manta morta.




vasos com arvores jovens


A presença desta última é fundamental para garantir a existência da floresta, porque é à sua custa que se reconstitui a fertilidade do solo, onde ela se desenvolve; as folhas secas, os detritos e os troncos mortos, são a pouco e pouco desfeitos pela acção de numerosos bolores e pequenos animais, que vão provocando o seu apodrecimento e transformação numa espécie de adubo natural, húmus, que acaba por se misturar na terra, restituindo-lhe assim o alimento que as plantas lhe sugam pelas raízes.
É esta a razão por que a floresta espontânea se mantém sempre sadia e produtiva, sem precisar de adubação artificial.
Da presença da manta morta resulta ainda um melhor aproveitamento da água das chuvas que cai sobre ela; funcionando como uma esponja, absorve essa água que, lentamente vai cedendo ao solo, onde se infiltra, aumentando e regularizando, assim, os caudais das fontes, das nascentes, dos ribeiros e dos rios.
Uma abundante manta morta é a maior riqueza que uma floresta pode ter.
A floresta no seu interior tem um clima ameno que fora dela; as temperaturas variam menos, sendo menos fria no Inverno e menos quente no verão, e o ar é sempre um pouco mais húmido.
Os ventos quebram a sua força quando a encontram, e não conseguem correr entre as arvores como fazem em campo aberto; é assim mais calmo o ar dentro da floresta.
As gotas da chuva quando caem sobre as copas das arvores são obrigadas a dividir-se em gotas mais pequenas e a acumularem-se nas folhas, levando assim mais tempo até começarem a cair no solo, onde caem com menor intensidade, e, embora alguma água se perca, a maior parte é canalizada até às raízes e depois depositada pela acção das plantas em depósitos subterrâneas.
Infelizmente a terra da antiga Lusitânia está sendo varrida das antigas florestas que se mostravam verdes e ricas. Eram estas florestas que serviam de templo aos antigos habitantes destes montes e vales. Onde está a nossa milenar floresta? O que aconteceu aos descendentes dos nossos magos protectores das árvores? Para os antigos povos lusitanos, todas as árvores eram sagradas e respeitadas, bem como todos os animais que as povoavam?
Para os Druidas a floresta representa toda a criação do mundo e merece todo o nosso respeito e devoção.

estas plantas foram semeadas em vasos de sementes recolhidas no Outono



A nossa missão é hoje combater os males que destroem a nossa querida Terra.
A floresta da Lusitânia está a ser destruída a um ritmo galopante, desta forma somos nos os guardiães sobreviventes que iremos cuidar e preservar o nosso Templo Florestal.
Para isso, existe a recolha de sementes de árvores, sementeira e a plantação delas na serra.